terça-feira, 30 de maio de 2023

«Será moralmente correto investir na inteligência artificial sabendo ter consequências como a desigualdade social e económica, falta de privacidade e falta de humanidade?» - Este ensaio foi realizado por Joana Cabral, nº8, da turma 11º LH, no âmbito da disciplina de Filosofia (e DAC de Cidadania e Desenvolvimento).

1. Ao longo deste ensaio, procurarei discutir a questão problema “Será moralmente correto investir na inteligência artificial sabendo ter consequências como a desigualdade social e económica, falta de privacidade e falta de humanidade?”.

2. O objetivo deste ensaio é alertar o leitor para a importância da discussão deste tema e enunciar algumas ideias pertinentes a considerar, em relação à criação de programas de inteligência artificial.

3. Considero que a discussão deste tema é importante para a sociedade entender as mudanças que a inteligência artificial trará para as nossas vidas e consequentemente tomar uma decisão relacionada com a aceitação destes procedimentos. A questão requer uma resposta de toda a sociedade e para isso precisamos de nos colocar  a par das suas consequências negativas e benefícios.

4. Advogo que a inteligência artificial, ou como muitos conhecemos nos dias de hoje, IA, irá mudar radicalmente a humanidade de uma forma bastante negativa.

Na minha opinião, o investimento nestes programas devia ser negado uma vez que há que reconhecer os seus impactes negativos sociais, económicos, culturais e até mesmo políticos.

5. Os programas de inteligência artificial consistem em softwares concebidos para identificar padrões numa determinada situação, tentar solucioná-la da melhor forma sem a necessidade do controlo humano e seguir um certo objetivo, repetitivamente. Esta tecnologia está a ganhar importância no mercado e muitas empresas como a Google ou a Microsoft estão a investir na mesma, alcançando público interessado em ouvir os seus benefícios. No entanto, temos que nos concentrar também nos pontos negativos.

Primeiramente, este desenvolvimento tecnológico trará o abandono de algumas profissões e, além disso, o desemprego, mais sentido em cargos jurídicos, administrativos e executivos, de acordo com o relatório Goldman Sachs, e profissões relacionadas com o telemarketing e a educação, visto que estes investimentos procuram aplicar-se a empregos mais estratégicos.

Em segundo lugar, a inteligência artificial conduzirá ao crescimento da desigualdade económico e social, pois apenas os mais privilegiados financeiramente poderão ter acesso a estes programas, o que poderá encadear ao investimento na área, em busca de lucro, levando ao abandono cultural.

Além do mais, já vivemos numa sociedade exposta aos riscos da Internet e ao investir na inteligência artificial, a privacidade de dados poderá deixar de existir.

Por fim, somos obrigados a refletir no modo de aprendizagem destes algoritmos. Os investidores afirmam que a IA não tem consciência humana, mas até que ponto isso irá interferir na nossa? Será moralmente correto? Eu penso que não. Existirá acesso a tanta informação, futuramente, que a sociedade não terá como verificar a veracidade de todas as informações e por isso enfrentamos o aumento da desinformação e fake news.

Para aceitar o investimento nesta área, há que examinar quem traçará os limites desta tecnologia: investidores, empresas ou os consumidores.

6. Os defensores do investimento na inteligência artificial afirmam que a sua influência será positiva uma vez que aumentará a automação, a produtividade das atividades económicas e a precisão da execução de tarefas, tornando o dia a dia da sociedade mais prático. As vantagens serão refletidas em diversos campos como serviços prestados por empresas. Além disso, os algoritmos de inteligência artificial aperfeiçoarão o atendimento ao cliente necessário em diversos serviços através da interação automática.

7. Todavia, estas objeções não são apoiadas por mim pois o investimento na IA e os seus benefícios serão confrontados com o aumento do sedentarismo e falta de soft skills como a empatia, pois o ser humano ao ser substituído, perde a independência e a interatividade com o outro, ao longo do dia a dia. Este processo tornar-se-á repetitivo e consequentemente, permanente.

8. A final desta tese, defendo a preocupação e a interveniência da sociedade neste desenvolvimento da inteligência artificial. Nós, enquanto seres humanos, devemos considerar as consequências negativas que surgem da IA, como o desemprego, a desigualdade económica e social, a falta de privacidade e a aprendizagem ameaçadora destes programas.

 

Webgrafia:

(Re)Pensar o Humano – 32º Encontro de Filosofia – 17 de fevereiro de 2018 – Apfilosofia

Desafios Éticos e Morais da Inteligência Artificial - INTELLIGENZA (intelligenzait.com)

Inteligência artificial: o que é e quais seus benefícios? - SantoDigital

Inteligência Artificial deve afetar 300 milhões de empregos - TecMundo

Saiba quais são as profissões mais afetadas pela Inteligência Artificial (dn.pt)

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