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Blogue dedicado a questões de natureza filosófica e de apoio à disciplina de Filosofia do Ensino Secundário (10º e 11º Anos). Ângelo Rodrigues é docente do Grupo 410 (Filosofia) da Escola Secundária Emídio Navarro. Foi Delegado Sindical da Escola Cacilhas Tejo e é Membro do Conselho Geral do SPGL. (Blogue criado em julho de 2019).
"SEMANA DO CINEMA" - Filosofia
Visionamento do filme «O JOGO DA IMITAÇÃO».
(Realizado por Morten Tyldum, com argumento de Graham Moore. Bom filme!)
Para mais informações consultar www.apefp.org e/ou contactar: apefp2008@gmail.com
Podes descarregar AQUI
o Enunciado e os Critérios de Correção
do Exame Nacional de Filosofia 2023.
Informamos os nossos estimados alunos do seguinte: o Profº Ângelo Rodrigues marcou um primeiro momento de apoio/esclarecimento para o Exame Nacional de Filosofia no dia 14 de junho (4ª feira) das 10h às 11 h na Escola Secundária Emídio Navarro. (Esta informação foi também enviada para os seus alunos via correio eletrónico).
Bom estudo e muito sucesso para todos os Exames!
1. Ao longo deste ensaio, procurarei discutir a questão problema “Será moralmente correto investir na inteligência artificial sabendo ter consequências como a desigualdade social e económica, falta de privacidade e falta de humanidade?”.
2. O
objetivo deste ensaio é alertar o leitor para a importância da discussão deste
tema e enunciar algumas ideias pertinentes a considerar, em relação à criação
de programas de inteligência artificial.
3. Considero
que a discussão deste tema é importante para a sociedade entender as mudanças
que a inteligência artificial trará para as nossas vidas e consequentemente
tomar uma decisão relacionada com a aceitação destes procedimentos. A questão
requer uma resposta de toda a sociedade e para isso precisamos de nos colocar a par das suas consequências negativas e
benefícios.
4. Advogo
que a inteligência artificial, ou como muitos conhecemos nos dias de hoje, IA,
irá mudar radicalmente a humanidade de uma forma bastante negativa.
Na
minha opinião, o investimento nestes programas devia ser negado uma vez que há
que reconhecer os seus impactes negativos sociais, económicos, culturais e até
mesmo políticos.
5. Os
programas de inteligência artificial consistem em softwares concebidos para
identificar padrões numa determinada situação, tentar solucioná-la da melhor
forma sem a necessidade do controlo humano e seguir um certo objetivo,
repetitivamente. Esta tecnologia está a ganhar importância no mercado e muitas
empresas como a Google ou a Microsoft estão a investir na mesma, alcançando público
interessado em ouvir os seus benefícios. No entanto, temos que nos concentrar
também nos pontos negativos.
Primeiramente,
este desenvolvimento tecnológico trará o abandono de algumas profissões e, além
disso, o desemprego, mais sentido em cargos jurídicos, administrativos e
executivos, de acordo com o relatório Goldman Sachs, e profissões relacionadas
com o telemarketing e a educação, visto que estes investimentos procuram
aplicar-se a empregos mais estratégicos.
Em
segundo lugar, a inteligência artificial conduzirá ao crescimento da
desigualdade económico e social, pois apenas os mais privilegiados
financeiramente poderão ter acesso a estes programas, o que poderá encadear ao
investimento na área, em busca de lucro, levando ao abandono cultural.
Além
do mais, já vivemos numa sociedade exposta aos riscos da Internet e ao investir
na inteligência artificial, a privacidade de dados poderá deixar de existir.
Por
fim, somos obrigados a refletir no modo de aprendizagem destes algoritmos. Os
investidores afirmam que a IA não tem consciência humana, mas até que ponto
isso irá interferir na nossa? Será moralmente correto? Eu penso que não.
Existirá acesso a tanta informação, futuramente, que a sociedade não terá como
verificar a veracidade de todas as informações e por isso enfrentamos o aumento
da desinformação e fake news.
Para
aceitar o investimento nesta área, há que examinar quem traçará os limites
desta tecnologia: investidores, empresas ou os consumidores.
6. Os
defensores do investimento na inteligência artificial afirmam que a sua
influência será positiva uma vez que aumentará a automação, a produtividade das
atividades económicas e a precisão da execução de tarefas, tornando o dia a dia
da sociedade mais prático. As vantagens serão refletidas em diversos campos
como serviços prestados por empresas. Além disso, os algoritmos de inteligência
artificial aperfeiçoarão o atendimento ao cliente necessário em diversos
serviços através da interação automática.
7. Todavia,
estas objeções não são apoiadas por mim pois o investimento na IA e os seus
benefícios serão confrontados com o aumento do sedentarismo e falta de soft skills como a empatia, pois o ser
humano ao ser substituído, perde a independência e a interatividade com o
outro, ao longo do dia a dia. Este processo tornar-se-á repetitivo e
consequentemente, permanente.
8. A
final desta tese, defendo a preocupação e a interveniência da sociedade neste
desenvolvimento da inteligência artificial. Nós, enquanto seres humanos,
devemos considerar as consequências negativas que surgem da IA, como o
desemprego, a desigualdade económica e social, a falta de privacidade e a
aprendizagem ameaçadora destes programas.
Webgrafia:
(Re)Pensar o
Humano – 32º Encontro de Filosofia – 17 de fevereiro de 2018 – Apfilosofia
Desafios Éticos
e Morais da Inteligência Artificial - INTELLIGENZA (intelligenzait.com)
Inteligência
artificial: o que é e quais seus benefícios? - SantoDigital
Inteligência
Artificial deve afetar 300 milhões de empregos - TecMundo
Saiba quais são as profissões mais afetadas pela Inteligência Artificial (dn.pt)
A legitimidade da experimentação animal
1. Formula claramente o problema
Ao longo deste Ensaio procurarei
discutir o problema «Será legítimo a
experiência em animais?» e «Será correto acabar com os direitos de
alguns animais para benefício humano?».
Abordarei este tema somente em experiência relacionadas com testagem de
cosméticos e de drogas em animais, sendo eles os mais comuns os ratos, os
camundongos, os porquinhos-da-Índia e os coelhos.
2. Anúncio qual o objetivo do meu ensaio
O objetivo do meu ensaio é apresentar
argumentos contra a experiência de animais em laboratórios para benefício
humano. Acrescento também que um dos meus objetivos é fazer com que o meu
público se importe com os direitos dos animais através das razões a frente
desenvolvidas.
3. Mostro a importância ou interesse do problema
Considero que a discussão deste
problema filosófico importante para defender os direitos dos animais, que para
além de não terem uma vida “naturalmente” igual aos da sua espécie, são
explorados, maltratados e testados com imensos produtos ainda não seguros,
tornando-os realmente em cobaias.
4. Mostro a proposição que quero defender, isto é, a tese.
Irei defender a ideia de que apesar de
até hoje a testagens de animais ter tido “bons” efeitos, quero eu dizer, até
hoje existiram produtos seguros e testados à venda em consequência deste ato,
MAS não vejo mais sentido em praticá-los com o avanço da tecnologia e das novas
formas de testagem de produtos que iremos ver a seguir.
5. Apresento os argumentos a favor dessa proposição (tese)
Há 2 razões para acreditar que a
testagem de produtos cosméticos e drogas em animais é errado.
Primeiramente,
os animais não são objetos. Tal como nós, os animais têm sentimentos, sentem
dor, medo, prazer e muito mais.Os testes em animais provocam-lhes uma agonia
extrema, são sujeitos a terríveis experiências que lhes causam inimaginável
sofrimento e que na maioria das vezes resultam na sua morte. Também os animais
têm direitos como o direito à existência, o Homem, enquanto espécie animal
porém racional, não pode atribuir-se o direito de exterminar os outros animais
ou de os explorar, violando esse direito; os animais têm o direito de não serem
submetidos a maus tratos nem a atos cruéis.
Em segundo lugar, existem muitas diferenças entre os seres humanos e os animais, isto é, os
animais respondem de forma diferente às drogas e às doenças.Muitas das reações
adversas que ocorrem nos seres humanos podem não ser demonstradas nos animais
experimentados. Acredita-se ainda que já existem outros métodos de pesquisa
mais eficientes como a cultura de células e tecidos, a sua aplicação
possibilitou a redução do número de animais utilizados em pesquisa e ao
utilizar células e tecidos cultivados in vitro os resultados também podem ser
mais relevantes e reprodutíveis, uma vez que o controlo da experiência é maior
e mais fácil, além de se aproximar mais das características humanas; a pele em
3D que tem composição próxima da pele humana e pode substituir o uso de
animais, principalmente em testes realizados pela indústria de cosméticos.
6. Exponho as principais objeções ao que acabou de ser defendido
A pesquisa com animais tem sido
fundamental para quase todas as descobertas médicas desta década. De fato,
quase todos os ganhadores do Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina desde 1901
basearam seus estudos em dados obtidos de experimentos com animais.Técnicas
modernas de cirurgia ( transplantes de coração, etc.) e exames de imagem foram
aperfeiçoados através de experimentos com animais.
7. Respondo às objeções
É antiético condenar a vida de seres
que se sentem presos numa gaiola de laboratório e que causa dor e medo.
Utilizando técnicas inovadoras, cientistas foram capazes de desenvolver métodos
de pesquisa sem animais, como tecnologias in vitro, culturas bacterianas,
simuladores de pacientes humanos, etc. Então, por que não continuar evoluindo
nesses avanços, se têm igualmente a mesma eficácia?
8. Tiro conclusões
Em suma, este meu ensaio abordou 2 sistemas distintos para defender a ilegitimidade na experiência animal. Começando pelos seus direitos e as agonias causadas pelos atos em laboratório, de seguida, abordei o avanço tecnológico (criação de células e tecidos in vitro e em 3D) , uma boa solução para a diminuição de testagem em animais.
Ao longo deste ensaio filosófico procurarei discutir o problema: Será a responsabilidade ecológica uma obrigação moral? Neste ensaio procuro apresentar bons argumentos de como a responsabilidade ecológica deve ser uma preocupação de cada cidadão, uma vez que este tema abrange o bem-estar do planeta. O ambiente e a sua conservação são assuntos atualmente valorizados, pois o passar do tempo trouxe consigo a degradação visível dos ecossistemas, que hoje sabemos ser um resultado direto das ações inconscientes do ser humano. A consciencialização do problema, leva a que, a sociedade procure arranjar medidas que atenuem e solucionem o estado deteriorado em que o mundo se encontra. No entanto, para ultrapassar este problema, o primeiro passo a tomar será refletir sobre uma questão básica, quando vista superficialmente, mas complexa quando interiorizada, que conduz ao problema inicial, se efetivamente a sociedade detêm uma obrigação moral para com a responsabilidade ambiental.
Os seguintes argumentos apelam à compreensão do porquê de ser
defendida a tese, anteriormente apresentada.
A poluição do planeta é um assunto de interesse mundial, pois
compromete o futuro da humanidade tal como nós a conhecemos. O plástico a
navegar no mar, as deflorestações e queimadas, os gases tóxicos libertados
pelos milhões de veículos que circulam nas estradas, a ausência de tratamento
de águas residuais, a acumulação de lixo nos aterros sanitários e uso de
materiais radioativos são exemplos dos vários tipos de poluição que existem na
atualidade. Estes problemas comprometem as gerações futuras pois não será
possível sobreviver num planeta constituído por uma atmosfera tóxica, composta
por gases nocivos, onde os recursos hídricos sejam escassos, muitas espécies de
seres vivos tenham sido extintas, tenha ocorrido o degelo das massas glaciares
e o aumento das temperaturas globais. Esta pequena amostra ilustra a verdadeira
ameaça ao futuro da humanidade no planeta e só procurando reverter este cenário
não promissor, é que a sociedade pode assegurar um futuro digno.
O ser humano tem todos os dias a oportunidade e o dever de evoluir. A disponibilidade de informação a que agora temos acesso, permite à sociedade adquirir novos conhecimentos e abrir os seus horizontes, várias situações são testemunhas desta afirmação, como por exemplo o combate às ideias conservadoras e retrógradas do passado ligadas à misoginia, homofobia, xenofobia, fascismo entre outras. Assim, o desenvolvimento do pensamento e raciocínio da sociedade, a partir da contínua aquisição de conhecimento, é um motivo suficiente para perceber que todos temos a obrigação de nos preocupar com o ambiente, pois carecemos de uma enorme responsabilidade ecológica para com a natureza, que providencia o equilíbrio ecológico necessário à vida de qualquer organismo, uma vez que fornece os principais elementos, como recursos hídricos limpos, uma atmosfera equilibrada, solos férteis e seres vivos , para a formação e continuação da vida no planeta.
Assim, como nós, seres humanos, habitamos o planeta outros
animais e seres vivos também. Dentro deste horizonte, ninguém é proprietário do
mundo logo, todos têm o mesmo direito de habitar um local saudável e que lhes
garanta um futuro ecológico promissor. A sociedade deve por isso, ter uma
preocupação ambiental comum em preservar o ambiente pois não tem a liberdade de
poluir e ameaçar a vida de diversas espécies, num planeta que não lhe pertence.
Após os argumentos apresentados é também relevante ter
consciência que existem opiniões diferentes à tese defendida. Uma objeção
frequentemente apresentada pelos negacionistas das alterações climáticas afirma
que a preocupação ecológica não deveria ser obrigatória, uma vez que muitas das
consequências ambientais que atualmente se verificam não são reais. Para
defenderem a sua tese, os negacionistas apresentam vários argumentos, entre os
quais se destaca um, em que alegam que as alterações climáticas são naturais e
normais no planeta, uma vez que já aconteceram várias vezes noutros períodos da
história da Terra. A sua linguagem prioriza maioritariamente um discurso
simples e sem fundamento, daí eu considerar que a sua tese não é válida, pois
não apresentam quaisquer argumentos, com rigor científico, que afirmem estas
ideias. Neste caso específico, a comunidade científica já conseguiu provar que
as alterações climáticas são fruto do efeito dos gases poluentes imitidos para
a atmosfera, como tal, verificamos que o argumento é desprovido de veracidade.
Em breves palavras, considero, como já referido, que a
preocupação ambiental é sem dúvida uma obrigação moral, pois as suas
consequências afetam-nos diretamente a nós, seres humanos, e aos restantes
seres vivos que habitam o planeta. Esta preocupação deve passar por tomar
atitudes amigas do ambiente, como reciclar o lixo que produzimos, não
desperdiçar água, priorizar os transportes públicos aos transportes
individuais, não deitar lixo para o chão, não realizar queimadas, reaproveitar
sempre o máximo de materiais possíveis. Assim sendo, ao realizarmos diariamente
estas ações contribuímos para o equilíbrio do planeta e pomos em prática o
nosso dever moral através de simples ações.
Fontes consultadas:
https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/meio-ambiente.htm https://www.todamateria.com.br/tipos-de-poluicao/