quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

MATRIZ para o Teste nº 3 de Filosofia. Bom estudo!

Clicando na imagem, podes ampliar a Matriz. Se pretenderes
descarregá-la para o teu PC, clica com o lado direito do rato.

sábado, 18 de novembro de 2023

DIA MUNDIAL DA FILOSOFIA - Celebração - 17 de novembro


«Escola de Atenas (Scuola di Atene no original) é uma das mais famosas pinturas do renascentista italiano Rafael e representa a Academia de Atenas. Foi pintada entre 1509 e 1510 na Stanza della Segnatura sob encomenda do Vaticano. A pintura já foi descrita como "a obra-prima de Rafael e a personificação perfeita do espírito clássico da Renascença".
Fonte: Wikipédia


«Em 2002 a UNESCO instituiu o Dia Mundial da Filosofia, como resultado da necessidade da humanidade refletir sobre os acontecimentos atuais, fomentando-se o pensamento crítico, criativo e independente, contribuindo assim para a promoção da tolerância e da paz. Desde então este dia é celebrado em todo o mundo na terceira quinta-feira do mês de novembro, que este ano teve lugar a 17 de novembro.»

Para mais informações consultar www.apefp.org e/ou contactar: apefp2008@gmail.com

Fonte (texto retirado daqui): 
https://www.dge.mec.pt/noticias/ensino-secundario/dia-mundial-da-filosofia


Dia Mundial da Filosofia

A relação e experiência de juntar o pensamento com a música

A cada ano que passa o grupo disciplinar de Filosofia proporciona um dia, uma
aula, uma atividade aos alunos que desloquem o seu pensamento para um problema
do mundo atual, ou para áreas específicas da Filosofia que alarguem os seus
horizontes de cidadania e de reflexão crítica sobre a condição humana. Este ano o
convite lançado aos alunos passou por pedir-lhes que, a partir da música, de uma
música por eles escolhida, pudessem refletir sobre o seu conteúdo e o relacionassem
com as áreas da Filosofia por meio de argumentos. Cada turma decoraria, como
entendesse, a sua sala e em cada aula dinamizar-se-ia uma sessão de Filosofia com (a)
música. As diferentes dinamizações seriam, posteriormente, apresentadas à
comunidade, na entrada principal, com fotografias de cada grupo-turma.
Porquê a música? A música é uma componente do currículo destacada como
fundamental, pelo menos desde Platão, que a considerou, a par da Matemática e da
Ginástica, parte da formação do cidadão. Atualmente os currículos contemplam, em
parte, o seu ensino, mas presentemente a salvaguarda do seu valor educativo para o
espírito humano passa pela referência que o Perfil dos Alunos atribui à componente da
sensibilização estética.

Com efeito, o espírito humano não é apenas razão. A dimensão do sentido é
mais funda, ainda que sempre ancorada nos princípios da racionalidade. Na categoria
do que faz sentido e, está para além da razão ou da racionalidade, podemos e
devemos incluir as antinomias da razão, ou por outras palavras, os impasses que
aquela não consegue deslindar, a saber, razão e afeto e intelecto e sensibilidade.
Quando abarcamos o que está para além da razão e tocamos na esfera do significado,
percebemos que é fundamental incluir o concreto e o sensível, já que o sentido não se
encontra apenas e exclusivamente na dimensão semântica ou significativa. Carecemos
de significantes que conduzam o pensamento para o mais remoto e difícil de
comunicar, mas que faz parte e concede sentido à existência humana. É precisamente
por isso que a música nos interessa, interessa desde sempre à Filosofia. Pensar a
música e com ela, é pensar o mistério da condição humana. Pelo menos dois autores
contemporâneos lembram-nos isso de forma inequívoca, Lévi-Strauss que escreveu
sobre Wagner e George Steiner. Este último afirma na sua obra Presenças Reais -
“Perguntar “o que é a música?, pode ser muito bem uma maneira de perguntar, “o que
é o homem?”.

Ao acompanharmos, ainda que muito sucintamente, o pensamento de Lévi-
Strauss apercebemo-nos que para este filósofo há, a par do paradigma não-sensível do
conhecimento humano - que os nossos alunos conhecem por estudarem Descartes e o
paradigma da explicação racional da realidade -, outro paradigma que não pode ser
desvalorizado e a que dá o nome de uma flor “amor-perfeito selvagem”, que se
contraiu na designação “pensamento selvagem”. Este saber é aquele que obtemos
“pela apreensão direta, mas ordenada, dos dados da perceção sensorial.” Estas
palavras de Lévi-Strauss na obra Mitologias de Wagner têm que ser reunidas às do
pensamento de Locke que nos recordava que as qualidades secundárias – odores,
cores e sons - podem e devem ser integradas na lógica de compreensão do real fora de
nós. É evidente que a construção do sentido passará, sendo assim, por integrar a
matéria sensível que afeta a nossa sensibilidade, numa lógica de sentido não
estritamente racional. Para isso conseguirmos usamos o que é o pensamento
analógico que consegue um esquema de codificação que dá densificação ao conceito,
exprimindo mais amplamente o sentido e a significação que cada um de nós tem de
encontrar para a vida humana e sente, por exemplo, aquando da experiência de
escutar uma canção ou escutar uma música.

Por algumas razões, que descobriremos com os alunos e com as suas análises
durante a semana de 20 a 24 de novembro de 2023, a música é, como lembra Steiner,
“uma linguagem primeira, imediatamente compreensível a todos e intraduzível por
qualquer outro idioma. O discurso vem depois da música, já antes do caos de Babel, o
discurso fazia parte da queda humana. (...) Não foi por acaso que os dois espíritos
visionários mais sensíveis à crise da ordem clássica, Kierkegaard e Nietzsche, viram a
música a expressão essencial da energia e do sentido.”

A ordem clássica exclusivamente assente na razão ruiu, porque o homem não
encontra o sentido apenas no que tem lógica ou é verdade, mas no que tem a força do
sentido, como a beleza, a bondade e a justiça. O nosso objetivo foi corroborar, na
celebração deste dia com os alunos e com estas atividades, a experiência de sentido
para a vida humana que os alunos têm e fazem regularmente com a música. Levá-los a
perceber que ela será sempre um veículo para eles pensarem a vida e a sua condição,
a nossa condição tão em questão pelo que estamos todos a viver com várias ameaças a
cercar a nossa compreensão de nós mesmos, a guerra e a inteligência artificial.
Pensamos que essa reflexão poderá deixar no aluno a memória de uma
experiência indelével em que este se apercebe que há esferas da vida humana onde
ser-se, é ser livre. “Trata-se da dimensão onde nos encontramos com a música, a arte e
a literatura.” (Steiner, op.cit.)

A música, a par da Filosofia, oferece sempre aos que a experimentam e a
exercem, com a sensibilidade e a razão, uma dádiva. Essa dádiva traduz-se numa forma
única e singular de pensarmos quem somos e o sentido da nossa vida, porque a
música, quando ligada com o pensamento, não nos faz sentir o corte que praticamos
com a vida quando a instrumentalizamos, a contemplamos ou a amamos. Nessas
experiências, a vida é sempre o que está diante de nós. Com a música, a vida corre e
flui dentro de nós e o pensamento flui no seu elemento natural, como o peixe na água,
a ideia desliza pelo ritmo ou pela melodia, numa unidade de som e significante, de som
e semântica.

Grupo de Filosofia
Novembro de 2023

terça-feira, 27 de junho de 2023

quinta-feira, 8 de junho de 2023

CONVITE aos alunos, colegas e EE - porque acreditamos que a atividade cultural e pedagógica que um docente desenvolve para lá da Escola é cada vez mais importante e pertinente. Neste dia celebramos também Portugal, Camões e as Comunidades Portuguesas.


EXAME NACIONAL DE FILOSOFIA - Apoio e esclarecimentos

Informamos os nossos estimados alunos do seguinte:  o Profº Ângelo Rodrigues marcou um primeiro momento de apoio/esclarecimento para o Exame Nacional de Filosofia no dia 14 de junho (4ª feira) das 10h às 11 h na Escola Secundária Emídio Navarro. (Esta informação foi também enviada para os seus alunos via correio eletrónico).

Bom estudo e muito sucesso para todos os Exames!

terça-feira, 30 de maio de 2023

«Será moralmente correto investir na inteligência artificial sabendo ter consequências como a desigualdade social e económica, falta de privacidade e falta de humanidade?» - Este ensaio foi realizado por Joana Cabral, nº8, da turma 11º LH, no âmbito da disciplina de Filosofia (e DAC de Cidadania e Desenvolvimento).

1. Ao longo deste ensaio, procurarei discutir a questão problema “Será moralmente correto investir na inteligência artificial sabendo ter consequências como a desigualdade social e económica, falta de privacidade e falta de humanidade?”.

2. O objetivo deste ensaio é alertar o leitor para a importância da discussão deste tema e enunciar algumas ideias pertinentes a considerar, em relação à criação de programas de inteligência artificial.

3. Considero que a discussão deste tema é importante para a sociedade entender as mudanças que a inteligência artificial trará para as nossas vidas e consequentemente tomar uma decisão relacionada com a aceitação destes procedimentos. A questão requer uma resposta de toda a sociedade e para isso precisamos de nos colocar  a par das suas consequências negativas e benefícios.

4. Advogo que a inteligência artificial, ou como muitos conhecemos nos dias de hoje, IA, irá mudar radicalmente a humanidade de uma forma bastante negativa.

Na minha opinião, o investimento nestes programas devia ser negado uma vez que há que reconhecer os seus impactes negativos sociais, económicos, culturais e até mesmo políticos.

5. Os programas de inteligência artificial consistem em softwares concebidos para identificar padrões numa determinada situação, tentar solucioná-la da melhor forma sem a necessidade do controlo humano e seguir um certo objetivo, repetitivamente. Esta tecnologia está a ganhar importância no mercado e muitas empresas como a Google ou a Microsoft estão a investir na mesma, alcançando público interessado em ouvir os seus benefícios. No entanto, temos que nos concentrar também nos pontos negativos.

Primeiramente, este desenvolvimento tecnológico trará o abandono de algumas profissões e, além disso, o desemprego, mais sentido em cargos jurídicos, administrativos e executivos, de acordo com o relatório Goldman Sachs, e profissões relacionadas com o telemarketing e a educação, visto que estes investimentos procuram aplicar-se a empregos mais estratégicos.

Em segundo lugar, a inteligência artificial conduzirá ao crescimento da desigualdade económico e social, pois apenas os mais privilegiados financeiramente poderão ter acesso a estes programas, o que poderá encadear ao investimento na área, em busca de lucro, levando ao abandono cultural.

Além do mais, já vivemos numa sociedade exposta aos riscos da Internet e ao investir na inteligência artificial, a privacidade de dados poderá deixar de existir.

Por fim, somos obrigados a refletir no modo de aprendizagem destes algoritmos. Os investidores afirmam que a IA não tem consciência humana, mas até que ponto isso irá interferir na nossa? Será moralmente correto? Eu penso que não. Existirá acesso a tanta informação, futuramente, que a sociedade não terá como verificar a veracidade de todas as informações e por isso enfrentamos o aumento da desinformação e fake news.

Para aceitar o investimento nesta área, há que examinar quem traçará os limites desta tecnologia: investidores, empresas ou os consumidores.

6. Os defensores do investimento na inteligência artificial afirmam que a sua influência será positiva uma vez que aumentará a automação, a produtividade das atividades económicas e a precisão da execução de tarefas, tornando o dia a dia da sociedade mais prático. As vantagens serão refletidas em diversos campos como serviços prestados por empresas. Além disso, os algoritmos de inteligência artificial aperfeiçoarão o atendimento ao cliente necessário em diversos serviços através da interação automática.

7. Todavia, estas objeções não são apoiadas por mim pois o investimento na IA e os seus benefícios serão confrontados com o aumento do sedentarismo e falta de soft skills como a empatia, pois o ser humano ao ser substituído, perde a independência e a interatividade com o outro, ao longo do dia a dia. Este processo tornar-se-á repetitivo e consequentemente, permanente.

8. A final desta tese, defendo a preocupação e a interveniência da sociedade neste desenvolvimento da inteligência artificial. Nós, enquanto seres humanos, devemos considerar as consequências negativas que surgem da IA, como o desemprego, a desigualdade económica e social, a falta de privacidade e a aprendizagem ameaçadora destes programas.

 

Webgrafia:

(Re)Pensar o Humano – 32º Encontro de Filosofia – 17 de fevereiro de 2018 – Apfilosofia

Desafios Éticos e Morais da Inteligência Artificial - INTELLIGENZA (intelligenzait.com)

Inteligência artificial: o que é e quais seus benefícios? - SantoDigital

Inteligência Artificial deve afetar 300 milhões de empregos - TecMundo

Saiba quais são as profissões mais afetadas pela Inteligência Artificial (dn.pt)

«Será legítimo a experiência em animais?» - Este ensaio foi realizado por Valentina Besliu, nº27, da turma 11º CSE, no âmbito da disciplina de Filosofia (e DAC de Cidadania e Desenvolvimento).

 A legitimidade da experimentação animal

1. Formula claramente o problema

Ao longo deste Ensaio procurarei discutir o problema «Será legítimo a experiência em animais?» e «Será correto acabar com os direitos de alguns animais para benefício humano?». Abordarei este tema somente em experiência relacionadas com testagem de cosméticos e de drogas em animais, sendo eles os mais comuns os ratos, os camundongos, os porquinhos-da-Índia e os coelhos.

 

2. Anúncio qual o objetivo do meu ensaio

O objetivo do meu ensaio é apresentar argumentos contra a experiência de animais em laboratórios para benefício humano. Acrescento também que um dos meus objetivos é fazer com que o meu público se importe com os direitos dos animais através das razões a frente desenvolvidas.

 

3. Mostro a importância ou interesse do problema

Considero que a discussão deste problema filosófico importante para defender os direitos dos animais, que para além de não terem uma vida “naturalmente” igual aos da sua espécie, são explorados, maltratados e testados com imensos produtos ainda não seguros, tornando-os realmente em cobaias.

 

4. Mostro a proposição que quero defender, isto é, a tese.

Irei defender a ideia de que apesar de até hoje a testagens de animais ter tido “bons” efeitos, quero eu dizer, até hoje existiram produtos seguros e testados à venda em consequência deste ato, MAS não vejo mais sentido em praticá-los com o avanço da tecnologia e das novas formas de testagem de produtos que iremos ver a seguir.

 

5. Apresento os argumentos a favor dessa proposição (tese)

Há 2 razões para acreditar que a testagem de produtos cosméticos e drogas em animais é errado.

Primeiramente, os animais não são objetos. Tal como nós, os animais têm sentimentos, sentem dor, medo, prazer e muito mais.Os testes em animais provocam-lhes uma agonia extrema, são sujeitos a terríveis experiências que lhes causam inimaginável sofrimento e que na maioria das vezes resultam na sua morte. Também os animais têm direitos como o direito à existência, o Homem, enquanto espécie animal porém racional, não pode atribuir-se o direito de exterminar os outros animais ou de os explorar, violando esse direito; os animais têm o direito de não serem submetidos a maus tratos nem a atos cruéis.

 

Em segundo lugar, existem muitas diferenças entre os seres humanos e os animais, isto é, os animais respondem de forma diferente às drogas e às doenças.Muitas das reações adversas que ocorrem nos seres humanos podem não ser demonstradas nos animais experimentados. Acredita-se ainda que já existem outros métodos de pesquisa mais eficientes como a cultura de células e tecidos, a sua aplicação possibilitou a redução do número de animais utilizados em pesquisa e ao utilizar células e tecidos cultivados in vitro os resultados também podem ser mais relevantes e reprodutíveis, uma vez que o controlo da experiência é maior e mais fácil, além de se aproximar mais das características humanas; a pele em 3D que tem composição próxima da pele humana e pode substituir o uso de animais, principalmente em testes realizados pela indústria de cosméticos.

 

6. Exponho as principais objeções ao que acabou de ser defendido

A pesquisa com animais tem sido fundamental para quase todas as descobertas médicas desta década. De fato, quase todos os ganhadores do Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina desde 1901 basearam seus estudos em dados obtidos de experimentos com animais.Técnicas modernas de cirurgia ( transplantes de coração, etc.) e exames de imagem foram aperfeiçoados através de experimentos com animais.

 

7. Respondo às objeções

É antiético condenar a vida de seres que se sentem presos numa gaiola de laboratório e que causa dor e medo. Utilizando técnicas inovadoras, cientistas foram capazes de desenvolver métodos de pesquisa sem animais, como tecnologias in vitro, culturas bacterianas, simuladores de pacientes humanos, etc. Então, por que não continuar evoluindo nesses avanços, se têm igualmente a mesma eficácia?

 

8. Tiro conclusões

Em suma, este meu ensaio abordou 2 sistemas distintos para defender a ilegitimidade na experiência animal. Começando pelos seus direitos e as agonias causadas pelos atos em laboratório, de seguida, abordei o avanço tecnológico (criação de células e tecidos in vitro e em 3D) , uma boa solução para a diminuição de testagem em animais. 

segunda-feira, 29 de maio de 2023

«Será a responsabilidade ecológica uma obrigação moral? » - Este ensaio foi realizado por Maria Novais, nº12, da turma 11º CT3, no âmbito da disciplina de Filosofia (e DAC de Cidadania e Desenvolvimento).

 Ao longo deste ensaio filosófico procurarei discutir o problema: Será a responsabilidade ecológica uma obrigação moral? Neste ensaio procuro apresentar bons argumentos de como a responsabilidade ecológica deve ser uma preocupação de cada cidadão, uma vez que este tema abrange o bem-estar do planeta.  O ambiente e a sua conservação são assuntos atualmente valorizados, pois o passar do tempo trouxe consigo a degradação visível dos ecossistemas, que hoje sabemos ser um resultado direto das ações inconscientes do ser humano. A consciencialização do problema, leva a que, a sociedade procure arranjar medidas que atenuem e solucionem o estado deteriorado em que o mundo se encontra. No entanto, para ultrapassar este problema, o primeiro passo a tomar será refletir sobre uma questão básica, quando vista superficialmente, mas complexa quando interiorizada, que conduz ao problema inicial, se efetivamente a sociedade detêm uma obrigação moral para com a responsabilidade ambiental.

Os seguintes argumentos apelam à compreensão do porquê de ser defendida a tese, anteriormente apresentada.

A poluição do planeta é um assunto de interesse mundial, pois compromete o futuro da humanidade tal como nós a conhecemos. O plástico a navegar no mar, as deflorestações e queimadas, os gases tóxicos libertados pelos milhões de veículos que circulam nas estradas, a ausência de tratamento de águas residuais, a acumulação de lixo nos aterros sanitários e uso de materiais radioativos são exemplos dos vários tipos de poluição que existem na atualidade. Estes problemas comprometem as gerações futuras pois não será possível sobreviver num planeta constituído por uma atmosfera tóxica, composta por gases nocivos, onde os recursos hídricos sejam escassos, muitas espécies de seres vivos tenham sido extintas, tenha ocorrido o degelo das massas glaciares e o aumento das temperaturas globais. Esta pequena amostra ilustra a verdadeira ameaça ao futuro da humanidade no planeta e só procurando reverter este cenário não promissor, é que a sociedade pode assegurar um futuro digno.

O ser humano tem todos os dias a oportunidade e o dever de evoluir.  A disponibilidade de informação a que agora temos acesso, permite à sociedade adquirir novos conhecimentos e abrir os seus horizontes, várias situações são testemunhas desta afirmação, como por exemplo o combate às ideias conservadoras e retrógradas do passado ligadas à misoginia, homofobia, xenofobia, fascismo entre outras. Assim, o desenvolvimento do pensamento e raciocínio da sociedade, a partir da contínua aquisição de conhecimento, é um motivo suficiente para perceber que todos temos a obrigação de nos preocupar com o ambiente, pois carecemos de uma enorme responsabilidade ecológica para com a natureza, que providencia o equilíbrio ecológico necessário à vida de qualquer organismo, uma vez que fornece os principais elementos, como recursos hídricos limpos, uma atmosfera equilibrada, solos férteis e seres vivos ,  para a formação e continuação da vida no planeta.

Assim, como nós, seres humanos, habitamos o planeta outros animais e seres vivos também. Dentro deste horizonte, ninguém é proprietário do mundo logo, todos têm o mesmo direito de habitar um local saudável e que lhes garanta um futuro ecológico promissor. A sociedade deve por isso, ter uma preocupação ambiental comum em preservar o ambiente pois não tem a liberdade de poluir e ameaçar a vida de diversas espécies, num planeta que não lhe pertence.

Após os argumentos apresentados é também relevante ter consciência que existem opiniões diferentes à tese defendida. Uma objeção frequentemente apresentada pelos negacionistas das alterações climáticas afirma que a preocupação ecológica não deveria ser obrigatória, uma vez que muitas das consequências ambientais que atualmente se verificam não são reais. Para defenderem a sua tese, os negacionistas apresentam vários argumentos, entre os quais se destaca um, em que alegam que as alterações climáticas são naturais e normais no planeta, uma vez que já aconteceram várias vezes noutros períodos da história da Terra. A sua linguagem prioriza maioritariamente um discurso simples e sem fundamento, daí eu considerar que a sua tese não é válida, pois não apresentam quaisquer argumentos, com rigor científico, que afirmem estas ideias. Neste caso específico, a comunidade científica já conseguiu provar que as alterações climáticas são fruto do efeito dos gases poluentes imitidos para a atmosfera, como tal, verificamos que o argumento é desprovido de veracidade.

Em breves palavras, considero, como já referido, que a preocupação ambiental é sem dúvida uma obrigação moral, pois as suas consequências afetam-nos diretamente a nós, seres humanos, e aos restantes seres vivos que habitam o planeta. Esta preocupação deve passar por tomar atitudes amigas do ambiente, como reciclar o lixo que produzimos, não desperdiçar água, priorizar os transportes públicos aos transportes individuais, não deitar lixo para o chão, não realizar queimadas, reaproveitar sempre o máximo de materiais possíveis. Assim sendo, ao realizarmos diariamente estas ações contribuímos para o equilíbrio do planeta e pomos em prática o nosso dever moral através de simples ações.

 

Fontes consultadas:

https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/meio-ambiente.htm       https://www.todamateria.com.br/tipos-de-poluicao/ 

sexta-feira, 26 de maio de 2023

«Deveríamos tentar alterar o genoma humano de forma que seja impossível nós sentirmos emoções negativas?» - Este ensaio foi realizado por Mariana Tomé, nº17, da turma 11º CT4, no âmbito da disciplina de Filosofia (e DAC de Cidadania e Desenvolvimento).

1. Ao longo deste ensaio irei procurar discutir o problema “deveríamos tentar alterar o genoma humano de forma que seja impossível nós sentirmos emoções negativas?
2. O objetivo deste ensaio é conscientizar e sensibilizar o leitor sobre as possíveis repercussões da falta de moralidade na ciência, levando-o a refletir o quão longe é correto a humanidade ir nesta busca pelo conhecimento (não há nada exagerado em ser cauteloso quando se trata de “playing god”).
3. A humanidade está agora a sair da sua fase adolescente. Nas últimas décadas estamos a descobrir mais sobre o mundo à nossa volta do que nos últimos milénios e com suficiente tempo iremos acumular conhecimento que chegue para nos tornarmos os deuses que em tempos temíamos. Claramente a humanidade têm-se mostrado capaz de lidar com esse poder, à exceção do aquecimento global, fome a nível mundial, a bomba nuclear, a primeira e a segunda guerra mundial, o holocausto, pôr em perigo a vida de um milhão de espécies e DESTRUIR O SEU PRÓPRIO MUNDO… Talvez nós não estejamos tão prontos como pensamos e é por isso que ensaios filosóficos desta natureza são importantes: para nos ajudar a perceber o quão longe devemos ir em nome do desenvolvimento humano.
4. Ao longo deste ensaio procurarei defender que de um ponto de vista moral a humanidade não deve tentar usar a engenharia genética para acabar com o sofrimento psicológico humano.
5. Esta nossa posição parece contraintuitiva: se é possível acabar com sentimentos negativos, porque não fazê-lo? A resposta a tal pergunta situa-se maioritariamente em dois pontos: 1. A engenharia genética é extremamente perigosa e 2. é uma má ideia a longo prazo.
a) Há cerca de 27 anos nasceu a Dolly, o primeiro mamífero a ser clonado pelo Homem com sucesso. Dolly morreu em 2003, com 6 anos, de uma doença pulmonar grave. A razão para a sua morte precoce (tempo de vida de uma ovelha, é há volta de 20 anos), foi, como esperado, o facto da mesma ser um clone. Esta clonagem foi feita ao transplantar o núcleo de uma célula somática para uma célula embrionária, sem em nenhuma das fases se mexer no DNA, e já teve as complicações que teve, imaginem os problemas que podem surgir com a modificação genética num ser tão complexo como os seres humanos.
b) A evolução humana é algo extremamente interessante. De acordo com a teoria de Darwin, todas as características que temos foram selecionadas pelo ambiente, ou seja, de alguma forma, davam-nos uma vantagem na sobrevivência nesse meio. Logo, sendo a tristeza e outros sentimentos negativos algo que todos os seres humanos partilham, podemos assumir que eles ou a certo ponto nos davam essa vantagem, ou são uma consequência de algo que nos deu a vantagem. No entanto, o ambiente humano tem vindo a mudar bastante nos últimos séculos e poder-se-ia dizer que devido a isto a miséria passou a ser obsoleta nos dias de hoje. Contudo, eu descordo dessa afirmação pois há certas emoções negativas que são necessárias a todos os seres humanos, como por exemplo o luto, que nos ajuda a processar a nossa perda, ou sentirmo-nos úteis no final do dia inteiro sem fazermos nada, que nos ajuda a sair de casa e a interagir, ou mesmo o aborrecimento, que é o cérebro a pedir para ser estimulado (muitas vezes com ideias interessantes, pois as maiores ideias do homem têm raízes no aborrecimento), para não esquecer o tipo de dor mais importante: o descontentamento. O sentimento que nos diz que nada será bom o suficiente é o mesmo que forçou o homem a trocar as cavernas pelas civilizações, gritos por linguagem, e o papel pelo computador. A dor é um pequeno preço a pagar pelo prazer que a mesma nos dá. Logo, mesmo que a curto prazo a ausência de dor seja um alívio, a longo prazo as consequências que a mesma nos dá foi um dos maiores presentes que a humanidade alguma vez recebeu (obrigada evolução!).
6. A tais argumentos poderiam objetar que há certas doenças, como por exemplo a depressão e a ansiedade, que não apresentam nenhuma vantagem biológica, tratando-se de erros da evolução, e nesses casos era lógico intervir.
7. Apesar de concordar com a objeção, não mudo de opinião, devido ao facto do quão perigoso e complicada a engenharia genética é. Não há nenhum único gene para cada característica, não há nenhum gene de beleza, altura, ou inteligência, e eles não podem ser simplesmente ligados e desligados sem afetar mais nada ou sem haver consequências horríveis. Existe um grande risco de fazermos alterações no genoma humano horrendas que só iriam ficar aparentes em gerações mais tarde. Temos também a possibilidade de serem criadas (por acidente ou de propósito) vírus resistentes a medicamentos que serão praticamente impossíveis de erradicar, ou mesmo um grupo de nós pode obter a tecnologia e criar um género de humanos totalmente separado com o qual não podemos competir em nenhum aspeto. As chances são infinitas e raramente positivas e não devemos arriscar a possibilidade da nossa aniquilação pela possibilidade de poder (e, se não era óbvio, de acordo com o utilitarismo de Stuart Mill, devemos tentar evitar ao máximo a morte e o sofrimento em massa).
8. Concluo reafirmando o quão errado é a manipulação genética para alterar o genoma humano, acrescentando apenas que este ensaio não vai mudar nada, pois raras foram as ocasiões que a Ciência se importou com a moralidade, desde as vezes em que corpos foram desenterrados das suas campas por estudantes de medicina ou quando foram usadas escravas negras para estudo do sistema reprodutor, a Ciência tem provado que se tu tiveres problemas em passar as barreiras daquilo que é demasiado cruel, outros escalaram tais paredes com um sorriso. Mesmo que moralmente seja errado, a Ciência continuará a evoluir com pouca preocupação pela segurança humana.
 
Fontes/Webgrafia:
·       https://www.youtube.com/watch?v=n__42UNIhvU
·       https://apfilosofia.org/ensaio-filosofico/
·       https://dosfilosofos.blogspot.com/p/ens-filosofico.html
·       https://pt.wikipedia.org/wiki/Ovelha_Dolly
·       https://en.wikipedia.org/wiki/Zhong_Zhong_and_Hua_Hua
·       https://pt.wikipedia.org/wiki/Dale_Carnegie
·       https://pt.wikipedia.org/wiki/Adapta%C3%A7%C3%A3o_hed%C3%B3nica

·       https://www.sinonimos.com.br/mas